sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Uva Passa

Na vida tudo passa
a vida passa, o tempo passa
pessoas passam e até a uva passa
Ao passo que, cada passo dado
Uma pegada é deixada, um passado criado
Numa caminhada nessa estrada vasta e larga

Na vida eu passo, passo após passo
Antes em grupo, hoje separado
Puxando apenas o passado criado
Que já deveria estar enterrado

Nessa estrada vasta e larga
Deixei cair uma uva passa
Deixando pistas pra quem passa
Me encontrar e ser minha "parça"
E completar minha alma.

domingo, 26 de outubro de 2014

Manual Fabriciano de Sobrevivência

 É tão estranho abrir as pastas antigas, me olhar em meados de 2008-2011, ler os primeiros textos e composições e sentir que nada mudou desde então, os problemas e as crises continuam sendo as mesmas, só mudaram as pessoas e chego à conclusão que também só cresci no tamanho e na idade porque na vida eu continuo me deixando levar por sentimentos que já não deveriam existir, situações que eu já não deveria me importar, até porque o que foi feito está lá, já estava escrito, é destino, era pra acontecer e não há nada que eu possa fazer pra mudar... eu preciso muito colocar isso na minha mente com urgência, nem que eu precise abrir minha cabeça em algum procedimento cirúrgico e tatuar tudo isso no meu cérebro pra nunca mais esquecer. Aqueles tempos realmente foram lindos e dignos de lembranças mas, é só pra isso que eles servem agora, porque o presente está aqui me convidando pra viver e me acostumar com o futuro que, tanto eu quanto os protagonistas desse passado, criamos.
 Hoje eu abri as pastas de músicas que eu escutava naqueles tempos e também percebi que desde aqueles tempos meu gosto musical não mudou, as musicas favoritas daqueles anos continuam por aqui e continuam sendo as favoritas desse marmanjo barbado que continua agindo como se não tivesse nem pentelhos no saco, sim, esse texto está se revelando uma auto-crítica porque realmente eu não estou - ainda - de olhos abertos para a realidade, eu apenas estou com meus ouvidos ocupados e apertados pelos fones que me deixam atento apenas às musicas daqueles tempos e me fazendo desejar tudo aquilo de volta... eu preciso admitir que não há volta, eu preciso pausar essas músicas e começar a ouvir o som da vida que começa a tocar apartir do momento que eu saio do meu quarto e vou pra rua... eu preciso fazer amizade com meu dinheiro, valorizar o meu trabalho, casar com o meu suor, ter meus novos objetivos como amante e me divorciar dos meus sentimentos. 
 Depois de tanto falar sobre isso ainda continuo olhando àquelas fotos e escutando aquelas músicas ... é, eu sou um idiota mesmo por acreditar que ainda existe um pingo de amor por aqui, por ainda achar que alguém iria se importar... acho que vou mesmo precisar de uma cirurgia, tomar alguns remédios controlados e assim ter mais sanidade pra finalmente realizar o mundo egoísta que me encontro nessa década e que é a tendência desse século. 

- Vê se aprende Fabrício... aprenda e faça algo à respeito, você não pode sucumbir à isso, da mesma forma que você comprou um celular pra acompanhar as novas tecnologias, procure acompanhar as mudanças desse ano, dessa década, século... dessa (sua) vida.

- Ok senhor, eu darei meu máximo por isso.

~Fechando as pastas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Listen to Esteban

A falta de visão que nos levou a tudo isso
foi tão dificil de se acostumar
Só quero olhar pra frente e esquecer você
saber o meu lugar ♪ 

 Depois de uma noite não muito agradável no shopping eu voltei pra casa pensando se eu deveria aceitar que falhei na tentativa de encontrar um novo amor ou se eu ainda teria que bater com a cara mais vezes nessa parede fria e dura do meu quarto pra me convencer à força que ainda não acabou, que eu ainda sou jovem e tinha que continuar nessa "vibe".
  Todos os dias eu pego o ônibus e sigo meu santo caminho até o trabalho e, tanto dentro quanto fora dele, vejo casais, eles são tão felizes, parecem ter nascido pra isso enquanto que eu pareço ter nascido apenas pra ajudar a formá-los , sabe, aquele amigo que sempre dá os conselhos, que sempre ajuda e o contrário não acontece comigo, não por falta de gente pra aconselhar, por falta de alguém pra que isso pudesse acontecer. Parece que eu entrei no parque do amor, peguei minhas fichas, me diverti bastante e depois que  gastei tudo estou por aqui andando de um lado pro outro mendigando alguma boa alma pra me convidar a brincar nem que seja só mais uma vez ... mas, quem iria se compadecer de um "mendigo" ?
  Talvez eu devesse realmente sair daqui e procurar o meu lugar de fato, sair da rua das ilusões e procurar um aconchego na Avenida dos Conselheiros, ali eu posso abrir o meu próprio negócio e brincar de graça. Eu deveria me apegar a algum vicio como um cigarro ou uma bebida forte, deveria sentar numa mesa de bar e lamentar a minha melancólica e chata vida amorosa, mas, eu insisto em escrever sobre isso esperando que algo extraordinário aconteça - o que não deve acontecer   tão cedo - e escutando essas músicas que me encorajam a continuar acreditando nisso...

 Preciso te lembrar como tu era no inicio
 era um vicio difícil de deixar
 Procuro em tanta gente um espelho teu
 não vejo nada, não vejo nada

 Tentando ser o que eu já não sou mais
 Eu vivi escondido em um mundo que você criou
 e nunca mais voltou pra me libertar

E eu que não sei aonde chegar 
ja caminhei tanto pra encontrar
E eu que não sei como te falar
já escrevi tanto pra cantar

 Mas se você não quiser ouvir
 as canções já não me dizem mais nada
 Poderiam dizer, teu nome
 poderiam dizer, você ♪








 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Chamada Local à Cobrar

  Um pequeno (e raivoso) desabafo.


 Já perdi as contas das vezes que me definiram como uma pessoa de grande coração, um coração que não cabe no peito e transborda para todas as partes do meu corpo porque, sim, eu daria tudo de mim, eu colocaria meu coração em tudo que fosse preciso por alguém que eu amasse, o problema está bem aí no final dessa frase : onde está esse alguém ?
  Não me refiro apenas ao amor como de um casal, me refiro especialmente aos amigos que prometeram estar comigo pra sempre ou, ao menos, me apoiar como eu sempre apoiei dando tudo de mim mesmo quando o assunto nem era tão assim da minha conta, eu nunca deixei ninguém na mão. Eu sei que vacilei no passado mas a religião de alguns que a seguem, que por sinal é a mesma que a minha, nos ensina a perdoar e quando eu digo perdoar não é apenas um "aceito suas desculpas" via Facebook, por que, sim, eu me esforcei pra apagar toda aquela má impressão de uns anos atrás que eu deixei, eu sangrei até a última gota por isso e não recebi nada em troca, não que eu quisesse ou que eu fizesse sacrifícios visando isso, mas, eu acho que era o natural, assim como - e, agora sim - um casal que se une para melhorar do momento que resolvem seus problemas pra frente e caminham juntos, isso não aconteceu por aqui, não aconteceu comigo.

  E hoje estou aqui só pra te cobrar
  O que você disse que iria ser pra sempre
  Mas não foi assim, e agora o que me resta
  Escrever nessa carta... pra lembrar ♪

   Eu não deveria ligar pra isso, eu deveria até mesmo deixar meu telefone fora do gancho e sair por aí adicionando novos contatos, a vida moderna me dá inúmeras opções, me dá várias redes sociais pra isso mas, eu ainda me vejo apegado aos antigos amigos que fiz naquelas formas antigas, sinto saudades de telefonar pedindo ou avisando o dia pra ir nas suas respectivas casas ou marcar um passeio com pipoca na praça, mas se quando eu ligo só dá "Ocupado" ou "Fora de Área" eu deixo essa mensagem na "Caixa Postal" das suas mentes, corações e até mesmo redes sociais, sim, eu estou fazendo isso e ligando à cobrar... ligando pra cobrar na cara dura mesmo, é minha última cartada pra que eu veja algo verdadeiro e eficaz vindo da parte de alguns - não todos - de vocês.

Caso não concorde com o que eu digo, venha tirar satisfações comigo logo após a leitura desse texto.

Fechando os olhos pra imaginar
Eu vasculho as caixas do meu tempo
Tentando achar um dia a mais pra viver com você(s)
Queria tanto te dizer : Esteja Aqui, Esteja Aqui ! ♪

terça-feira, 19 de agosto de 2014

" Quem não reage, rasteja ! "

  
  A casa cheia, o coração vazio
  Escorre do meu rosto um lamento arredio
  O veneno acabou, a festa esvaziou
  O tempo da inocência terminou  ♪


 Esse ultimo final de semana não foi lá dos melhores do mês ou do ano, pelo contrário, foi um dos piores da minha vida senão o pior deles onde eu pude perceber o quão sozinho eu me encontro nesse mundo a nível de amizades. Passei horas e horas olhando pra tela do meu computador vendo inúmeras atualizações no Facebook e esperando alguma marcação nelas, alguém me chamando pra conversar ou simplesmente uma nova amizade que pudesse me tirar da crise depressiva a qual eu me encontrava... me encontrava, mas, pude tirar lições importantes em meio a todo esse desânimo que me pegou com jeito esses últimos dias.
 Aprendi que talvez eu não precise mendigar o amor das pessoas, principalmente daquelas cujas quais não se importam mais com o que eu penso, falo ou a forma que eu vivo, foram importantes na minha vida, mas assim como elas, eu deveria buscar novas prioridades, novos caminhos, desenhar novos quadros na minha vida e mostrar a quem realmente estivesse disposto a ver e opinar tanto pro bem quanto pro mal. Eu deveria cultivar mais o amor próprio, cultivar um pouco mais de orgulho e começar a trabalhar sobre isso no meu psicológico ao invés de me deixar abater por sentimentos que só passaram a existir por conta dessa idéia um tanto quanto escrota de correr atrás de quem já não está mais afim de correr ao meu lado.
  Aprendi que um pouco de silêncio, um pouco de distância dessa vida virtual é um excelente remédio,eu deveria assistir TV por algumas horas e me ligar um pouco mais sobre o que acontece na vida real, assistir aos telejornais e ficar atento ao que acontece no mundo, me atualizar e criar um pouco de cultura, ganhar um pouco de conhecimento nessa mente que só vive a fantasiar coisas tão irreais. Eu deveria praticar mais o meu inglês, aproveitar um novo aplicativo no celular e escutar aquelas músicas daqueles meus artistas americanos/britânicos que eu havia deixado de lado por conta dos tais coreanos e assim melhorar minha pronúncia, conhecer novas expressões... eu realmente deveria me interessar mais por isso porque é super necessário até no meu trabalho, outra coisa que eu também deveria me preocupar muito mais.
  Aprendi também que eu não deveria me preocupar com o que a vida tem reservado pra mim, se vai acontecer da forma que eu quero ou não... eu não deveria jogar esses sacos de cimento nas minhas próprias costas e gerar um certo pessimismo sobre isso, eu deveria apenas viver e praticar tudo o que foi escrito aqui ou, ao menos, 50% disso e deixar que a outra metade seja preenchida com o passar dos anos, sem pressa, sem medo... se eu merecer tudo o que eu quero irei receber no tempo certo, apenas ter isso em mente e viver já será o bastante pra me curar ou evitar mais finais de semana jogado no sofá sem a mínima vontade até de curtir uma pizza com a família.
 Eu também deveria escrever menos, o que era somente um hobby semanal, algo criado apenas para expor meus sentimentos e, por vezes, dilemas amorosos sobre certas gurias acabou se tornando um diário, um relato super aberto da minha vida a tal ponto de pessoas me recomendarem ajuda psicológica e isso foi tudo culpa minha... eu deveria evitar isso.
  A maior lição de todas é juntar o meu passado e o meu momento presente pra tentar "escrever" um futuro melhor pra mim, uma nova folha, pincel e cores diversas estão bem à minha frente me chamando para pintar um novo quadro, um cenário  mais sensato e guardar o coração para os momentos certos com pessoas certas.


  É o que se ganha por viver quando se tenta ser feliz
  A tatuagem vai doer mas vai cobrir a cicatriz ♪

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Sobre Retângulos, Tribos, Verdades e Sonhos.

  Quase todos os dias eu fico pensando nos rumos que minha vida tomou, nas amizades, nos amores, nas escolhas profissionais que me fizeram chegar aonde eu cheguei e como eu cheguei e esses pensamentos vira e mexe terminam da mesma forma... eu deitado na minha cama ouvindo uma música não muito feliz que tem tudo a ver com o meu momento nada feliz, ao menos em alguns aspectos.
   Nesse retângulo com lençol, colchão e travesseiro que chamam de cama eu fico pensando nos quadrados da vida que eu tentei me encaixar e acabei saindo pelas suas arestas quase sem perceber, muitas das vezes, e me pergunto o que teria acontecido comigo se eu continuasse em algum desses quadrados, se eu tivesse caminhado com alguma das tribos aonde eu estaria hoje ? como estaria minha vida ?
   Se eu tivesse na tribo dos skatistas hoje eu saberia muito mais que um simples varial flip e estaria disputando campeonatos, teria um pequeno patrocínio, uma guria skatista que se amarrasse nos rolés comigo e com a rapa, andaria por ae como se eu fosse um Tony Hawk e ouvindo um Sum 41 ou Millencolin. Talvez seria assim, poderia não ser muito bem-sucedido mas eu seria um pouco mais feliz.
  Se eu tivesse na tribo dos músicos hoje eu seria o baterista ou guitarrista base de uma banda de rock
teria espaço e gente interessada em ler meus textos ou minhas composições, histórias pouco melhores que as que eu costumo escrever e quase ninguém lê, eu poderia dividir o palco com amigos músicos já pouco conhecidos do underground e até sonhar com encontros musicais bem foda com alguns dos meus ídolos já bem famosos numa turnê ou em premiações Brasil afora, teria uma guria cantora que me ajudaria nos detalhes de cada composição, ajudar a melhorar minha voz caso eu fosse um vocalista ou apenas um backing vocal de futuro promissor liderando um grupo, andaria pelas ruas com blusas e calças rasgadas, imitando a moda de outros ou até mesmo fazendo a minha própria moda, lançaria um estilo, uma marca, estaria  mais rico e seria um pouco mais feliz.
  Se eu tivesse na tribo dos gamers hoje eu seria membro de alguma equipe de LoL, participaria de campeonatos também ou ao menos estaria em algum desses com meus amigos comentando cada jogada foda, cada first blood caralhudo, perderia horas da minha vida vendo e rindo de cada stream dos caras mais do caralho da cidade ou do mundo. Talvez tivesse uma coleção de video-games... um Nintendo, PlayStation, Xbox e correria atrás de algumas reliquias como um Master System ou Atari só pra manter aquele ditado clichê " recordar é viver " , talvez tivesse também uma guria pra ser o meu player 2 ou até mesmo o 1, não me importaria muito contanto que ela estivesse ao meu lado no sofá ou na cama jogando desde games sobre guerra, corrida ou até mesmo um futebol e assim eu seria um pouco mais feliz.
  Se eu tivesse na tribo dos boleiros hoje eu estaria federado em algum clube não muito grande do Rio ou de alguma outra cidade, seria um meia-atacante e ganharia lá os meus 20, 30 ou 50 mil por mês pra deixar os centro-avantes na cara do gol ou mesmo chegar na área para fazê-los quando possível, não teria o carro do ano, mas teria um veículo jeitoso pra passear por aí. Meu time disputaria partidas amistosas ou até mesmo pequenos campeonatos com algum olheiro de um clube grande observando os novos talentos, talvez eu fosse algum desses novos talentos e despontaria no cenário nacional em algum clube de ponta, realizaria o sonho de jogar um Brasileirão Série A, uma Libertadores, teria meu nome especulado em algum clube médio da Europa afim de, senão ser um novo Neymar, disputar uma Champions League, jogar nos melhores estádios do mundo, talvez eu tivesse uma guria estrangeira, atriz, esportista ou cantora e seria um pouco mais feliz.
  Depois de pensar nessas possibilidades e nas pessoas que conheci que poderiam fazer com que todos esses sonhos se tornassem realidade eu acordei pra vida e me vi nesse retângulo com lençol, colchão e travesseiro que chamam de cama e vi a mim mesmo, Fabrício Alex, um cara que não tem talento nenhum com skate e que desistiu do "carrinho" na primeira queda tentando um varial flip, porém, escuta Sum 41 e conhece Millencolin, um cara que sabe tocar um pouco de violão, mas, o necessário pra "tirar um som"  e se inspira muito em Lucas Silveira e na própria Fresno, além de ouvir Esteban Tavares e usa isso pra escrever e compor suas músicas sobre sua vida não muito feliz  - ao menos em alguns aspectos - , um cara que não entende a mínima sobre games e só sabe jogar futebol e é isso que dá uma certa moral pra escolher PES ao invés de FIFA, um cara que joga lá seu futebol mas não tem o talento necessário pra ser um jogador profissional, embora se inspire muito no Cristiano Ronaldo... enfim, sou esse cara.
  Sou esse cara que, ainda por cima, escuta Kpop, fala inglês fluente mas é louco pra aprender Japonês/Coreano, que sonha em conhecer NY, Londres, Tóquio e Seul, ir ao show das suas Girls' Generation e casar com uma mulher que compreenda e ajude a combater  toda essa melancolia, tristeza e consiga ver alguma qualidade  no meio disso tudo e a faça ficar, aceitaro casamento e assim me ajudar a ser um pouco mais feliz.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mundo ao Redor de Mim

  Uma nova atitude tem tomado conta de mim nesses ultimos dias, um sentimento que me dominou de tal forma que me fez abrir as janelas do meu quarto e as portas do meu coração novamente, um desejo de tentar mais uma vez, de me permitir sonhar, amar, planejar e viver como eu viva antes... será que eu deveria continuar com isso ?
 
 "Senti saudade, vontade de voltar
  fazer a coisa certa, aqui é o meu lugar
  mas sabe como é dificil encontrar 
  a palavra certa, a hora certa de voltar 
  a porta aberta, a hora certa de chegar ♪ "

  Abri a janela do meu quarto e senti o sol me invadir mais uma vez, que saudades senti dessa sensação todas as manhãs, me senti culpado por essa falta de contato... por ter fechado meu quarto por anos, eu refleti por alguns minutos por onde caminhei e o que eu fiz enquanto a Terra dava lá suas voltas ao redor do Sol e fui interrompido por aquele refrão daquela música que me fazia sonhar com uma vida normal como aquelas que eu olhava e sentia raiva porque não era comigo... aquela música, aquela playlist, aquelas baladas românticas que eu quase deletei achando que nunca mais iria fazer sentido na minha vida, pois é, 5 anos se passaram e ela voltou a fazer sucesso no lado esquerdo do meu peito.
  Não foi só as coisas antigas que me fizeram sentir vontade de voltar, algumas novidades me fizeram sorrir também, alguns versos me abriram os olhos, algumas amizades recuperaram minha fé nas pessoas e entender cada uma delas. Novos hábitos também me fizeram mudar, me renovar, novas piadas me fizeram gargalhar da mesma forma que eu fazia no passado e eu me culpei novamente pelas vezes que eu escondi o sorriso pra passar uma idéia de pessoa fria e sem sentimentos que não me levou à lugar algum nesses últimos anos.
  
" Sou um rascunho, o risco na mesa do bar 
  carnaval sem samba, outra praia, mesmo mar
  Só um rascunho, um torpedo de celular 
  sem sinal na área, sem chance de chegar. ♪ "
 
 Ao passo que me pergunto e tenho motivos pra aceitar toda essa vontade de voltar ao que eu era antes eu entendo que o mundo ao redor de mim já não é o mesmo de sempre, eu voltei à estaca zero, eu tenho que caminhar novamente e conquistar pessoas novamente e isso é dificil de fazer porque não sei por onde começar ou se devo começar por agora ser pouca coisa comparada aos que hoje estão ocupando o lugar que eu ocupava, eu não sei lidar muito bem com recomeços e isso me faz duvidar se é realmente o melhor a ser feito, droga, estou parando no meio do caminho mais uma vez depois de tantos argumentos convincentes.
  Talvez seja melhor dosar essas vontades que aparecem, colocar na balança, as coisas não são tão lindas assim, algumas sim, outras nem tanto e eu preciso refletir mais um pouco, viver mais um pouco pra ter a certeza que dessa vez vai dar certo. Eu espero que sim, mas ... não cabe somente a mim, não mais.

" Será só imaginação ?
  Será que nada vai acontecer ?
  Será que é tudo isso em vão ?
  Será que vamos conseguir vencer ? ♪ "

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Chronos, Kairós e Aeon

 Não há nada que me irrite mais do que estar ansioso, querer que o tempo passe voando e só parar naquela hora, naquele momento que eu estou esperando há dias, meses ou, quem sabe, anos. É de fazer entortar os ponteiros e ver que não tem jeito, o tempo continua passando à sua maneira, segundo por segundo, hora por hora, e isso acontece vinte e quatro irritantes vezes, esse sentimento em mim gera um defeito imenso porque eu não consigo controlar meus sentimentos, viro um campo minado e nem precisam me encostar para as bombas explodirem aqui, ali ou acolá e eu já coloquei tudo a perder uma vez por isso e tudo está acontecendo novamente... preciso desativar cada uma dessas bombas, tomar um ar em algum lugar e esperar que as coisas aconteçam naturalmente sem machucar ninguém, nada pode dar errado agora que só faltam 3 dias, ou melhor, setenta e duas voltas no relógio.
 Outra coisa que me irrita muito é o fato d'eu não entender porque sinto tanto, porque nasci com o coração do tamanho de Júpiter, ter um amor imenso a oferecer e quando eu o faço a resposta não é bem aquela que eu espero. Eu reconheço que passei um tempo recusando tudo isso, quis viver sozinho achando que ninguém merecia o melhor de mim e depois de uns dois ou três anos eu abri meus olhos e me vi perdido, como numa floresta negra sem amigos ou namorada pra me estender a mão, mas, eu consegui sair e decidi pedir mais uma chance a todos, mostrar o meu arrependimento por ter ferido alguns que realmente gostavam de mim e por algum tempo tive a ilusão de ter conseguido, até fiz novos amigos, mas o panorama continuava o mesmo, salvo alguns poucos, raros, talvez dois ou três dentre quase quarenta.
 Alguns eu chamei pra passear, convidei para uma pipoca e até mesmo um sushi, fui o primeiro a puxar assunto por várias vezes, mas quando eu resolvi parar de me importar só pra ver quem sentiria falta eu não vi ninguém, isso me fez chorar, sofrer, sentir que o males do passado ainda estavam por aí, não em mim, mas nos meus amigos, eu senti toda a tristeza, todo o peso do passado, de estar sozinho e iludido como no passado, o tempo não apagou nada ainda.
 No meio desse pesar o meu coração não deixou de pulsar, ele ainda insiste em amar todos que eu insisto em chamar de amigos porque, no fundo, eu ainda espero que em algum tempo vocês respondam meus convites pra passear, pra comer pipoca, um sushi e que sejam os primeiros a puxar assunto comigo, me fazer sentir amado como eu me dediquei para fazê-los sentir da mesma maneira uns meses atrás.
 Sobre as demais preocupações que tenho, deixo em segredo, o mais sagrado dos segredos porque preciso aprender que não preciso dar importância a isso pois o mesmo sagrado irá se encarregar de tirá-las de mim.
 Só preciso deixar o relógio andar de acordo com a velocidade dos seus ponteiros e não interferir no sagrado tempo, pois tudo tem o seu tempo.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sobre Guerras, Promessas, Sangue e Vitórias.

Nos primeiros dias de Janeiro eu estava caminhando pela praia antes de pegar no trabalho, era mais ou menos 22:30 e eu ali, olhando o mar e pensando nos rumos que minha vida estava tomando e o que eu poderia fazer pra mudar isso, o mar sempre ajuda nessas horas, mesmo que a força maior que nos move não esteja específicamente nas ondas.
 Felizmente eu encontrei um caminho novo que me fez sentir confortável e decidi seguir, não seria fácil pois se tratava de voltar a ser simpático com as pessoas, quebrar o orgulho, me permitir amar novamente e não desejar mais o mal de ninguém, sim, esse era eu até o final de 2013, estranho né !? Pra muitos da minha idade e que tivessem passado pelos mesmos problemas e traumas adolescentes isso seria totalmente normal.
  Vi que nesse caminho novo a promessa não era de dor eterna e muito menos a depressão iria continuar comigo, eu realizei que só teria a ganhar nessa nova caminhada e o começo eu senti essas promessas se cumprindo, estava feliz demais, tudo dando certo, tudo acontecendo da forma como eu esperava e não havia porque voltar mesmo ao que era antes, eu vi sorrisos, eu recebi abraços, elogios e "declarações", mas, ainda me faltava algo e estava demorando muito pra aparecer, acho até que tive a chance e não aproveitei, é, eu realmente tive meo, tive medo por que já havia se passado uns 2 anos desde a última vez e foi através dessa experiencia que eu tinha me tornado aquele adolescente depressivo e arrogante de antes.
 Tudo ia bem, mesmo com essa falta, até que encontrei meus fantasmas e medos novamente, eles estavam mais fortes, eu também estava forte, só não lembrei disso na hora e fraquejei, abri caminho pra eles e eles entraram novamente em mim, Puts... eu vi a tempestade se aproximando, àqueles pensamentos voltaram a me perturbar a mente e eu me deixando levar por tudo isso e cometendo os mesmos erros do passado, era fácil de me convencer visto que o meu ponto fraco estava completamente visível e a culpa foi toda minha mesmo, eu o deixei exposto e eles se aproveitaram, se acomodaram e me fizeram de escravo.
 Lembram da força maior que nos move ? então ela estava bem ali me fazendo lutar contra tudo isso novamente, me encorajando e eu sabia o que fazer e sabia das consequências caso não o fizesse e assim foi, eu permaneci escravo, cumpri as ordens de outros deuses e fui castigado por isso, castigo esse que veio na mesma hora e eu senti que o dever dos meus medos estava cumprido, eles conseguiram me ferir novamente e eu voltei a caminhar e buscar forças novamente pra expulsá-los de mim e encontrei a saída, eu aprendi com o erro, com o castigo e resolvi fazer algo à respeito, resolvi mostrar minha força e encontrar o ponto fraco deles e encontrei, era o fogo, eles não resistem ao fogo, então eu causei um incêndio em mim.
  Um novo dia nasceu e eu acordei de cara com eles tentando entrar novamente, levei pro fogo novamente e eles saíram correndo de medo, por vezes, ao longo do dia, eles tentavam voltar mas eu não os deixava, eu sei do que eu passei, o quanto eu sofri, isso tudo se transformou em um trauma pra mim, um trauma que me deu mais força ainda e, mesmo que eu tenha derrapado por uma vez, eu continuei firme em derrotá-los de uma vez por todas.
 A verdade é que eu ainda estou lutando contra tudo isso, porém, estou renovado, eu já senti que se eu me deixar levar por isso novamente talvez, no futuro, eu não esteja mais aqui pra escrever mais histórias, por isso eu vou lutar, eu vou usar o fogo sempre que eu pensar que não vale a pena seguir o que foi plantado no meu coração naquela noite, naquela praia, movido por aquela força.
 Eu sou um guerreiro, lutarei pela minha vida até o último dia, eu vou sangrar dia após dia, mas,eu vou vencer, essas vitórias  irão se transformar em novas histórias, é o que o futuro brilhante e feliz me reserva.

sexta-feira, 7 de março de 2014

A Última das Milongas

" Vamos falar de solidão, na sua casa nunca mais entrei
Mas decorei com exatidão todas as coisas como eu deixei "
 Faz um tempo desde a última vez que entrei nesse quarto, me olhei no espelho e busquei a minha alma e a chamei pra fora e tentar entender seus anseios, suas tristezas e desabafos e, para minha surpresa, a encontrei pouco mais radiante do que outros tempos, ela tinha a mesma armadura de outros tempos, porém ela estava nova em folha, parece que as rachaduras foram curadas pelo Mestre Mu de Áries ou a mesma criou forças de onde nem se imaginava - ainda - existir.
 Entrei em seu lar com uma positividade que há tempos não sentia quando entrava por aqui, tudo era muito escuro, sombrio, um perfeito filme de terror e agora tudo era tão branco, tão vivo, tão colorido, porém eram os mesmos móveis do passado, as mesmas escritas nas paredes, tudo estava do jeito que eu deixei e isso me deixou uma dúvida enorme - Mas, Como ?? - , enfim, deixei estar e preferi aproveitar mais aquele novo momento, aquela cosmo-energia que emanava mais forte que a própria força da deusa Athena, era realmente algo muito forte e eu tornei a me perguntar - Mas, Quando foi isso ?? - .
 Por minutos eu fiquei olhando tudo bem detalhadamente e após um giro completo ela me chamou para sentar, me disse que sabia tudo que eu estava pensando e sentindo, me convidou para um café me prometendo sanar todas as minhas dúvidas num piscar de olhos. Aceitei o seu convite e enquanto eu bebia o seu café que parecia ter vindo dos céus. (quente, forte e saboroso) .

  " Mas diz porque tu vais embora, mas diz porque tens tanto medo
Se não acorda cedo, nem trabalha, estuda ou namora "


Após piscar meus olhos e perceber tudo que aconteceu durante esse tempo eu me levantei e tomei aquilo como exemplo, minha alma se levantou e quando eu menos percebi ela estava me abraçando pedindo para que eu não fosse assim tão rápido, pediu mais um segundo para me pedir umas coisas primordiais para o sustento dessa estrutura divina...Sentei, escutei e me arrepiei, tornei a levantar e assim a deixei.
  Deixei e voltei ao meu quarto cheio daquela energia e, acho até que, achei as respostas para que eu volte a emanar a mesma luz que estava se formando dentro de mim, preciso seguir os conselhos da minha alma, pegar algum pincel e mudar as cores da minha vida, tirar esse negro e colorir à vontade esse cenário cujo qual eu mesmo criei e, assim, começar a cumprir os desejos que a minha alma necessita para viver mais forte dentro de mim, talvez até me pintar e assim olhar a mim mesmo com outros olhos, criar uma nova perspectiva sem mudar nada do lugar, esses eram os anseios que o meu interior precisavam.
 Mas alguma coisa faltava ainda, sentia falta daquele calor, aquela força e o sabor de tudo isso e, como num estalar de dedos eu me lembrei daquele seu último pedido antes d'eu sair.

 - Beba mais daquele café, ele realmente veio dos céus e você sabe aonde e com quem encontrar mais.

Agora entendi porque era mais forte que Athena.