domingo, 26 de outubro de 2014

Manual Fabriciano de Sobrevivência

 É tão estranho abrir as pastas antigas, me olhar em meados de 2008-2011, ler os primeiros textos e composições e sentir que nada mudou desde então, os problemas e as crises continuam sendo as mesmas, só mudaram as pessoas e chego à conclusão que também só cresci no tamanho e na idade porque na vida eu continuo me deixando levar por sentimentos que já não deveriam existir, situações que eu já não deveria me importar, até porque o que foi feito está lá, já estava escrito, é destino, era pra acontecer e não há nada que eu possa fazer pra mudar... eu preciso muito colocar isso na minha mente com urgência, nem que eu precise abrir minha cabeça em algum procedimento cirúrgico e tatuar tudo isso no meu cérebro pra nunca mais esquecer. Aqueles tempos realmente foram lindos e dignos de lembranças mas, é só pra isso que eles servem agora, porque o presente está aqui me convidando pra viver e me acostumar com o futuro que, tanto eu quanto os protagonistas desse passado, criamos.
 Hoje eu abri as pastas de músicas que eu escutava naqueles tempos e também percebi que desde aqueles tempos meu gosto musical não mudou, as musicas favoritas daqueles anos continuam por aqui e continuam sendo as favoritas desse marmanjo barbado que continua agindo como se não tivesse nem pentelhos no saco, sim, esse texto está se revelando uma auto-crítica porque realmente eu não estou - ainda - de olhos abertos para a realidade, eu apenas estou com meus ouvidos ocupados e apertados pelos fones que me deixam atento apenas às musicas daqueles tempos e me fazendo desejar tudo aquilo de volta... eu preciso admitir que não há volta, eu preciso pausar essas músicas e começar a ouvir o som da vida que começa a tocar apartir do momento que eu saio do meu quarto e vou pra rua... eu preciso fazer amizade com meu dinheiro, valorizar o meu trabalho, casar com o meu suor, ter meus novos objetivos como amante e me divorciar dos meus sentimentos. 
 Depois de tanto falar sobre isso ainda continuo olhando àquelas fotos e escutando aquelas músicas ... é, eu sou um idiota mesmo por acreditar que ainda existe um pingo de amor por aqui, por ainda achar que alguém iria se importar... acho que vou mesmo precisar de uma cirurgia, tomar alguns remédios controlados e assim ter mais sanidade pra finalmente realizar o mundo egoísta que me encontro nessa década e que é a tendência desse século. 

- Vê se aprende Fabrício... aprenda e faça algo à respeito, você não pode sucumbir à isso, da mesma forma que você comprou um celular pra acompanhar as novas tecnologias, procure acompanhar as mudanças desse ano, dessa década, século... dessa (sua) vida.

- Ok senhor, eu darei meu máximo por isso.

~Fechando as pastas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Listen to Esteban

A falta de visão que nos levou a tudo isso
foi tão dificil de se acostumar
Só quero olhar pra frente e esquecer você
saber o meu lugar ♪ 

 Depois de uma noite não muito agradável no shopping eu voltei pra casa pensando se eu deveria aceitar que falhei na tentativa de encontrar um novo amor ou se eu ainda teria que bater com a cara mais vezes nessa parede fria e dura do meu quarto pra me convencer à força que ainda não acabou, que eu ainda sou jovem e tinha que continuar nessa "vibe".
  Todos os dias eu pego o ônibus e sigo meu santo caminho até o trabalho e, tanto dentro quanto fora dele, vejo casais, eles são tão felizes, parecem ter nascido pra isso enquanto que eu pareço ter nascido apenas pra ajudar a formá-los , sabe, aquele amigo que sempre dá os conselhos, que sempre ajuda e o contrário não acontece comigo, não por falta de gente pra aconselhar, por falta de alguém pra que isso pudesse acontecer. Parece que eu entrei no parque do amor, peguei minhas fichas, me diverti bastante e depois que  gastei tudo estou por aqui andando de um lado pro outro mendigando alguma boa alma pra me convidar a brincar nem que seja só mais uma vez ... mas, quem iria se compadecer de um "mendigo" ?
  Talvez eu devesse realmente sair daqui e procurar o meu lugar de fato, sair da rua das ilusões e procurar um aconchego na Avenida dos Conselheiros, ali eu posso abrir o meu próprio negócio e brincar de graça. Eu deveria me apegar a algum vicio como um cigarro ou uma bebida forte, deveria sentar numa mesa de bar e lamentar a minha melancólica e chata vida amorosa, mas, eu insisto em escrever sobre isso esperando que algo extraordinário aconteça - o que não deve acontecer   tão cedo - e escutando essas músicas que me encorajam a continuar acreditando nisso...

 Preciso te lembrar como tu era no inicio
 era um vicio difícil de deixar
 Procuro em tanta gente um espelho teu
 não vejo nada, não vejo nada

 Tentando ser o que eu já não sou mais
 Eu vivi escondido em um mundo que você criou
 e nunca mais voltou pra me libertar

E eu que não sei aonde chegar 
ja caminhei tanto pra encontrar
E eu que não sei como te falar
já escrevi tanto pra cantar

 Mas se você não quiser ouvir
 as canções já não me dizem mais nada
 Poderiam dizer, teu nome
 poderiam dizer, você ♪