sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Se Merthiolate Não Arde Mais ...

Paremos um pouco pra pensar em como tudo era mais legal quando não tínhamos contas pra pagar, empregos pra segurar - por conta da crise - e alguns sapos pra engolir seja em casa ou em qualquer lugar, apenas paremos um pouco pra pensar nos tempos de criança quando nossas únicas preocupações era chegar em casa na hora de assistir aquele desenho, ou o próprio dever de casa que não levava nem 15 minutos pra fazer e logo estaríamos livres pra comer, dormir, ir pra escolinhas de futebol, pro balé ou qualquer outro hobby que crianças tem/tinham naquela idade... tudo era mais legal.
 As bolas de gude, o pião, o iôiô, a pipa, a bola de futebol, a bola de tênis totalmente essencial pra brincar de taco, os piques de tudo quanto era jeito, - pique-ajuda, alto, parede, esconde, pega - brincar de mês, ovinho-malha, alerta cor, 5 cortes - ou 3 cortes - as tardes e até mesmo madrugadas na casa dos amigos jogando video-game, jogo da vida, detetive, assistindo jogos de futebol, tocando violão, cantando músicas sobre um tempo pouco à frente do nosso e como almejávamos viver aqueles momentos, é uma pena que chegamos nesse tempo que já não é mais tão legal como os nossos ídolos cantavam naqueles dias.
 A vida adulta chegou e trouxe os seus males da época, bem piores que os nossos irmãos ou primos mais velhos enfrentaram e temos que enfrentá-los também, sejam lá o que for nós temos que acordar todos os dias dispostos à matar cada um desses leões por dia, porém tem dias que nem levantamos, tem dias que o leão nem está lá e nós deixamos de ganhar por nossa culpa, nossa total falta de vontade de vencer, na verdade levantamos nos dias mais difíceis e queremos ficar na cama nos dias mais fáceis - mas não sabemos que são fáceis até que eles terminem - nos apegamos à todo e qualquer tipo de remédios e chás para nos ajudar na caminhada, cada um com a sua crença particular, a fé é exercida porque sozinhos nunca encontraríamos a saída, temos amigos, familia, namorada/namorado pra nos dar o carinho que a gente tanto precisa, mesmo que eles mesmos estejam passando pelas mesmas dificuldades e ainda encontramos forças para esquecer um pouco das nossas feridas e tratar as deles, isso é o melhor - e creio que seja o único - lado bom desse tempo, dessa vida, o amor ao próximo ainda existe em tempos que tudo está em falta, tudo está em crise.
 O apelo desse texto é só pra que a vida pegue um pouco mais leve com a gente, que os deveres do trabalho sejam leves como os deveres de casa, que o tempo do lazer, do descanso, das brincadeiras seja proporcional ao que tínhamos quando éramos crianças, não que eu seja preguiçoso, é que a vida adulta chegou tão rápido pra mim que eu não estou sabendo lidar com suas responsabilidades e as doenças que surgem por viés dela.

Se Merthiolate não arde mais, a vida deveria seguir o mesmo exemplo.