domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sobre Todas as Coisas que Sempre Quis e (Talvez) Nunca Terei.

Lembro que, em meados de 2008, eu conversava com um amigo meu daquela época sobre não morrer sem ter feito ou visto algumas coisas e, dentre algumas delas, confessei o desejo de perder a virgindade e ver meu time ser campeão brasileiro ao menos uma vez na minha vida. Bom, no ano seguinte vi o Flamengo conquistar o titulo nacional e dois anos depois tive minha primeira experiencia sexual, ok, tudo certo e eu já poderia descansar em paz, só que eu ainda tinha outros planos e sonhos bem mais sérios que futebol e sexo, cujos quais eu deveria ter dito naquela oportunidade e, como numa pegadinha do destino, não os consegui realizar.
  Sempre quis ser jogador de futebol, eu fiz de tudo para que esse meu sonho se tornasse realidade, desde escolinhas até juntar algumas moedas achando ser o suficiente para pagar um teste em alguma equipe pequena da cidade, mesmo sendo o querido Madureira, o clube mais perto e querido do meu bairro, mas, vi meu sonho desmoronar quando não consegui o desempenho que desejavam de um promissor atacante e fui tentando de meia pela esquerda, volante, lateral direito, mesmo ouvindo um conselho sobre ser goleiro e eu teria mais chances fui teimoso e quebrei a cara, passei da idade, não consegui e desisti.
 Sempre quis ser principe de quinze anos e nisso eu tinha bastante chance já que muitas das minhas primas e minha irmã estavam com alguns anos de sobra para pensar em algum nome e, sinceramente, achava que alguma delas iria realmente me escolher e eu teria meu momento de glória, realizaria meu sonho. Depois que comecei a namorar uma guria de treze anos eu tive a certeza absoluta que eu seria o principe dela não só naquela data especial como nas datas seguintes, estava feito, porém ela completou catorze anos e me chutou pra escanteio  como se eu fosse um nada, não satisfeito com isso, o destino ainda colocou na minha vida uma outra namorada com seus recém-completados dezesseis anos. Por fim minha última esperança era minha prima mais próxima, mas, além de não me escolher isso gerar uma conversinha entre familiares, contratou os serviços de um dançarino que tinha o mesmo nome que o meu, foi um dos momentos mais desagradáveis da minha vida ver o mestre de cerimônia anunciá-lo, minha familia inteira olhar pra mim e eu acenar do tipo "não sou eu, só o nome é igual" com aquela cara de cu que acabou de cagar uma diarréia forte, sério, foi ridículo, queria não estar ali naquele momento.
  Por fim, sempre sonhei em ter alguma história de amor, daquelas de filmes, novelas, marcar e comemorar cada mês de namoro, noivado, acertar detalhes para o casamento, vestir o terno e sentir aquele frio na barriga às vesperas da cerimônia  e tudo mais que eu tivesse por direito, mas a mais próxima delas foi tão bonita que fez valer aquele velho ditado que diz " se melhorar, estraga " e, forcei tanto pelo melhor que acabei estragando tudo, sim, eu acho que foi mais culpa minha por tentar algo que era 80% impossível de ter uma sequencia feliz por vários anos, durou apenas um, aliás, dura ainda porque desde então esse sonho foi destruído, despedaçado, de modo que não consigo encontrar a fita durex ou um super bonder potente para colar os destroços de mim que foram deixados por aí com o passar dos anos.
 Enfim, lembrando novamente daquele dia, daquela conversa com aquele amigo em 2008 eu deveria ter prometido mais coisas, eu deveria ter levado aquele papo à sério.